Recepción del artículo: 20 de mayo, 2000
Aprobación: 7 de julio, 2000
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Unitermos: transplante renal, rejeiƒËo, linfocele.Key words: kidney transplantation, rejection, lymphocele. A incid„ncia de linfocele em pacientes submetidos a transplante renal varia entre 0,6 e 18%,1,2 e vários sao os fatores relacionados é sua etiologia, dentre os quais destacam-se os cirúrgicos (ligadura dos plexos linfáticos do enxerto renal e do leito vascular do receptor, como biópsia do aloenxerto) e os clínicos, como o uso de diuréticos, altas doses de corticoesteróides, e anticoagulantes, principalmente os episódios de rejeiƒao celular aguda e as fístulas artério-venosas.3,4 A rejeiƒao celular do aloenxerto renal tem sido descrita como um possível fator etiológico das linfoceles. Esse fenŠmeno imunológico promove intenso processo inflamatório local e um aumento regional do fluxo de linfa.3,5Um possível mecanismo para justificar o aumento do fluxo de linfa pelo rim na vig„ncia de rejeiƒao celular foi demonstrado por Pedersen e Moris em 1970,5 utilizando ovelhas como modelo, nos pescoƒos das quais implantou-se o rim, canulando-se previamente os ductos linfáticos do enxerto, com a finalidade de observar o fluxo desse efluente. Foi constatado um aumento no fluxo de 20 a 50 vezes na vig„ncia de rejeiƒao, quando comparado ao auto transplante, indicando que um fator imunológico relacionado ao rim transplantado esteja envolvido na g„nese do processo. Khauli et al3 analisaram estatisticamente os fatores de risco da linfocele em 118 transplante renais, observando 6,8% de linfocele sintomática até 3,7 anos após o transplante renal, concluindo que apenas os episódios de rejeiƒao celular aguda apresentavam relaƒao com o diagnóstico de linfocele.Com o objetivo de verificar a possível associaƒao entre a ocorr„ncia de linfocele e a rejeiƒao celular aguda (RCA), analisamos retrospectivamente os possíveis fatores etiológicos clínicos e cirúrgicos em 170 transplantes renais realizados de marƒo de 1992 a janeiro de 1997 no Hospital Benefic„ncia Portuguesa de SËo Paulo, Brasil. A técnica cirúrgica empregada para o transplante renal foi a abordagem retroperitoneal em fossa ilíaca, com dissecƒao dos vasos ilíacos e cúpula vesical, realizando ligaduras com fios inabsorvíveis (algodËo 4.0), evitando o uso do eletrocautério.