siiclogo2c.gif (4671 bytes)
ASPECTOS CLINICOS E TERAPÊUTICOS DA POLINEUROPATIA AMILOIDOTICA FAMILIAR
(especial para SIIC © Derechos reservados)
bittencourt9.jpg
Autor:
Bittencourt, Paulo Lisboa
Columnista Experto de SIIC

Institución:
Unidad de Gastroenterología y Hepatología Hospital Portugués de Salvador Bahia, Brasil

Artículos publicados por Bittencourt, Paulo Lisboa  
Coautores Cláudia Alves Couto.*  Anna Carla Goldberg** 
Doutora em Gastroenterologia pela Universidade de São Paulo e Professora Adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil*
Livre Docente em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, Professora Titular Colaboradora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, Brasil**


Recepción del artículo: 27 de mayo, 2004
Aprobación: 16 de septiembre, 2004
Conclusión breve
O transplante hepático é a única terapêutica reconhecida para a polineuropatia amiloidótica familiar, devendo ser indicado precocemente no curso da doença

Resumen

A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) é uma amiloidose sistêmica autossômica dominante, associada a variantes de transtirretina amiloidogênica (ATTR), caracterizada clinicamente por quadro de polineuropatia sensitivo-motora ascendente e disautonomia. A doença é progressiva e usualmente fatal 10 a 14 anos após o aparecimento dos sintomas. A principal variante da ATTR encontrada em Portugal, Suécia, Japão, Brasil e Argentina é a ATTR Val30Met, sendo observada, nestas regiões, heterogeneidade clínica da doença, particularmente no que se refere a sua penetrância e à idade ao início dos sintomas. O transplante hepático é a única terapêutica reconhecida para a PAF, devendo ser indicado precocemente no curso da doença. Fatores associados a maior morbimortalidade após o procedimento incluem duração da doença superior a 7 anos, desnutrição e presença de incontinência urinária no pré-operatório do transplante. A sobrevida dos pacientes submetidos a transplante de fígado é de cerca de 75% a 88% em 1 ano e 60% em 5 anos, sendo que a maioria dos pacientes que sobrevive ao procedimento apresenta estabilização ou melhora dos sintomas de PAF.

Palabras clave
Polineuropatia amiloidótica familiar, transplante de fígado, transtirretina, mutações, Val30Met

Clasificación en siicsalud
Artículos originales> Expertos del Mundo>
página www.siicsalud.com/des/expertos.php/68741

Especialidades
Principal: GastroenterologíaGenética Humana
Relacionadas: InmunologíaMedicina InternaNeurologíaTrasplantes

Enviar correspondencia a:
Paulo Lisboa Bittencourt. Rua Professor Clementino Fraga, Nº 220, apt. 1901 Edf. Rocca Imperialle – Ondina Salvador, Bahia, Brasil, CEP: 40170050 Bittencourt, Paulo Lisboa


INSIGHTS INTO CLINICAL EXPRESSION AND THERAPY OF FAMILIAL AMYLOID POLYNEUROPATHY

Abstract
Familial amyloid polyneuropathy (FAP) is a dominant autosomal inherited amyloidosis secondary to the systemic deposition of amyloid fibrils mainly comprised by amyloidogenic transthyretin (ATTR) variants (1,2). The disease is characterized by an ascending sensorimotor polyneuropathy and progressive disautonomia and is usually fatal 10 to 15 years after its onset. The most common ATTR variant found in Portugal, Sweden, Brazil and Argentina is ATTR Val30Met. Clinical heterogeneity has been reported in patients from different geographical regions carrying this mutation, particularly in respect to disease onset and penetrance. Orthotopic liver transplantation (OLT) is recognized as the only treatment modality available for FAP and should be indicated as early as possible after the onset of FAP symptoms. Several factors have been associated with adverse outcomes after OLT, including longer disease duration, poor nutritional status and the presence of urinary incontinence prior to OLT. Survival after OLT has been reported to be around 75% to 88% at one year and 60% at five years. Most of the patients that survived OLT exhibited stabilization or improvement of FAP symptoms.


Key words
Familial amyloid polyneuropathy, liver transplantation, transthyretin, mutations, Val30Met


ASPECTOS CLINICOS E TERAPÊUTICOS DA POLINEUROPATIA AMILOIDOTICA FAMILIAR

(especial para SIIC © Derechos reservados)
Artículo completo
A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) é uma amilodoise hereditária, de caráter autossômico dominante, secundária à deposição sistêmica de fibrilas amilóides, compostas principalmente por monômeros de transtirretina amiloidogênica (ATTR).1-4 Mais de 70 mutações diferentes já foram descritas no gene da transtirretina, localizado no cromossoma 18, a maioria associada à diferentes formas de amiloidose hereditária.2,4 A transtirretina (TTR) é uma pré-albumina de estrutura tetramérica composta por quatro monômeros idênticos de 127 aminoácidos, que apresenta uma conformação tridimensional tipo folha β, propensa a se dissociar em monômeros pré-amiloidogênicos. A amiloidose senil observada em câmaras cardíacas, em cerca de 20% a 30% dos indivíduos com mais de 80 anos, é associada a TTR normal. Acredita-se que a presença de mutações nessa proteína aumente sua propensão para dissociar-se em monômeros precursores de substância amilóide. A principal função da TTR é o transporte de tiroxina e de retinol. Mais de noventa por cento da TTR circulante é produzida pelo fígado, sendo também observada síntese da proteína na retina e nas células do plexo coróide.1-4
Mutações em outras proteínas, como a apolipoproteina AI e a gelsolina, também foram associadas a amiloidogênese. No entanto, a causa mais freqüente de amiloidose hereditária é aquela associada a ATTR.
Existe uma classificação da doença em quatro tipos, de acordo com o fenótipo clínico e com o tipo de proteína associada aos depósitos amilóides. A PAF tipo I e II foram associadas à ATTR e caracterizadas, respectivamente, por polineuropatia sensitivo-motora ascendente com disautonomia progressiva e por síndrome do túnel carpiano seguida por polineuropatia generalizada. A PAF tipo III, por outro lado, foi associada a polineuropatia periférica relacionada à presença de variantes da apolipoproteina AI e a PAF tipo IV foi associada à neuropatia periférica e de pares cranianos, associadas a mutações na gelsolina.1-4
A descoberta de novas mutações no gene da TTR, associadas a fenótipos distintos daqueles descritos nos tipos I e II da PAF, assim como a raridade dos tipos III e IV da doença, que só foram observados, respectivamente, na Escandinávia e em Iowa (EUA), tornaram esta classificação de pouca utilidade na prática clínica. Costuma-se caracterizar a PAF, atualmente, de acordo com a variante protéica a ela associada.2 A forma mais comum da PAF caracterizada pelo fenótipo acima descrito para a PAF-1 é aquela associada a ATTR Val30Met. Outras variantes da ATTR foram associadas tanto à ocorrência de polineuropatia periférica quanto a determinadas características clínicas peculiares, tais como amiloidose cardíaca nas ATTR Ser50Ile, Thr60Ala e Ser77Tyr; síndrome do túnel carpiano nas ATTR Ile107Val, Lys70Asn e Val71Ala e catarata nas ATTR Lys70Asn e Val71Ala. Por outro lado, cardiomiopatia amiloidótica isolada, de padrão restritivo, foi também descrita em portadores da ATTR Val122Ile.2-4
Heterogeneidade clínica também foi observada em pacientes com PAF portadores de ATTR Val30Met.4,5 Esta mutação está associada a forma mais freqüente de PAF, encontrada no Norte de Portugal, Suécia, Japão, Bacia do Mediterrâneo, Brasil e Argentina6-12 e embora a maioria dos pacientes portadores de ATTR Val30Met tenha um fenótipo semelhante (tabela 1), determinadas peculiaridades clínicas, particularmente no que se refere a penetrância da doença e à idade ao início dos sintomas, foram observadas nestas diferentes regiões geográficas.6,10,13-15



A doença é endêmica no Norte de Portugal, particularmente nos distritos de Póvoa do Varzim e Vila do Conde, onde 1 233 pacientes, portadores de ATTR Val30Met, provenientes de 489 familias diferentes, já foram identificados até 1995.6 Nestas regiões, a penetrância da doença é alta, levando a uma prevalência estimada de PAF de 1:1 108 habitantes. A idade média do inícío dos sintomas dos pacientes acometidos é de 31 #177; 7 anos, tendo as mulheres idade significantemente maior quando comparadas aos homens. Início mais tardio de doença foi também observado em pacientes cujos pais não apresentavam sintomas de PAF e em indivíduos provenientes de outras regiões de Portugal, onde a prevalência da doença é reconhecidamente baixa.6,16 No Norte da Suécia, por outro lado, a penetrância da doença foi estimada como muito baixa.7,8 Cerca de 1.5% da população dos distritos de Piteå, Skellefteå and Umeå são portadores de ATTR Val30Met e apenas 2% deles apresentaram sinais ou sintomas de PAF. Quando comparados aos pacientes portugueses, os suecos acometidos por PAF apresentam início bem mais tardio dos sintomas, com idade média de 56 anos no início da doença.7,8 Esta mesma característica foi também observada nos pacientes franceses, portadores de ATTR Val30Met, que apresentaram idade média de 54 anos ao início da doença.17
No Japão, existem duas áreas de maior prevalência da doença, na cidade de Arao na ilha Kyushu e na vila de Ogawa na ilha Honshu, onde foram identificados, respectivamente, 165 e 172 pacientes com PAF associada a ATTR Val30Met. Em outras regiões de baixa prevalência da doença no Japão, foram identificados 43 pacientes com ATTR Val30Met, além de vários indivíduos portadores de outras variantes de ATTR.3,18 Algumas características peculiares da doença foram observadas, quando pacientes com ATTR Val30Met, oriundos de regiões com baixa e alta prevalência foram comparados. Caracteristicamente pacientes de regiões de baixa prevalência apresentavam início mais tardio de doença, maior preponderância do sexo masculino e sintomas autonômicos discretos ou ausentes.10,14 Estudo recentemente conduzido demonstrou que a expressão clínica da doença no Brasil é muito semelhante aquela observada em Portugal, com alta penetrância e início precoce dos sintomas, com mediana de idade de 32 (20-44) anos à apresentação da doença.15 O início da doença nos brasileiros também foi mais precoce em homens e em pacientes cujos pais foram também acometidos pela doença. Os sintomas iniciais da doença também foram semelhantes e incluíram manifestações de polineuropatia sensitivo-motora em todos os pacientes, com exceção de quatro, que apresentaram perda de peso inexplicada (n = 3) e dor abdominal (n = 1).
O curso clínico da PAF, uma vez estabelecida a doença, é progressivo, sendo caracterizado por sintomas ascendentes de polineuropatia periférica sensitivo-motora, disautonomia, caracterizada por alterações de motilidade gastrointestinal, hipotensão postural, impotência, incontinência urinária e bexiga neurogênica e desnutrição acentuada. Arritmias e insuficiências cardíaca e renal também podem ocorrer mais tardiamente. A doença é geralmente fatal 10 a 15 anos após o diagnóstico.4,18-20 O único tratamento eficaz disponível para a PAF é o transplante hepático (TH), visto ser o fígado responsável pela síntese de aproximadamente 90% da TTR circulante.21,22 Mais de 500 pacientes com PAF já foram submetidos a transplante de fígado23 com sobrevida pós-operatória variando de 75% a 88% em 1 ano e 60% em 5 anos.23-30 A maioria dos pacientes apresentou estabilização ou melhora dos sintomas decorrentes da polineuropatia periférica e da disautonomia alguns meses após o TH.22 O prognóstico a médio e a longo prazo, no entanto, correlacionou-se ao grau de desnutrição e de má-absorção prévias, apresentados pelos pacientes no pré-operatório. Um índice de massa corpórea (peso [kg] / altura [m2]) corrigido pela albumina (x albumina [g/dl]) (IMCc) menor que 700 foi associado à maior mortalidade, sendo utilizado na Suécia como critério de exclusão destes pacientes para o TH.22,27 Outros parâmetros associados à maior mortalidade após o TH foram identificados, tais como presença de incontinência urinária estabelecida, refletindo a disfunção autonômica, e score de Norris menor ou igual a 55 na avaliação pré-operatória para o TH.30 No Brasil, mais de 24 pacientes já foram transplantados com diagnóstico de PAF, sendo observada sobrevida de 74% após seguimento médio de 13 [1–70] meses.29 Apesar de grande parte desses pacientes terem sido submetidos ao TH em fases avançadas da PAF, a maioria (88%) dos pacientes apresentou melhora e/ou estabilização dos sintomas da doença. No entanto, o principal fator associado à maior mortalidade foi a duração da doença antes do TH. Todos dos pacientes com sintomas de PAF por mais de 7 anos antes do transplante faleceram após o procedimento. Parâmetros nutricionais, particularmente hipoalbuminemia, também foram associados a evolução desfavorável após o TH, no entanto o IMCc não foi um parâmetro prognóstico significante entre as variáveis analisadas.30
O transplante hepático, portanto, é considerado uma alternativa terapêutica eficaz para o tratamento da PAF, devendo ser indicado precocemente logo após o diagnóstico da doença.22 Esta estratégia é importante para impedir a progressão da doença e evitar o surgimento de lesões irreversíveis que alterem a qualidade de vida e a sobrevida peri e pós-operatória. A presença isolada da ATTR Val30Met, em indivíduo assintomático, não constitui, de forma alguma, uma indicação para transplante, pois a penetrância do gene é extremamente variável e alguns indivíduos portadores da mutação nunca desenvolverão a doença.6-8,16 Não existem contra-indicações absolutamente reconhecidas para o TH na PAF, no entanto, na presença de doença avançada e incapacitante, desnutrição acentuada, insuficiência cardíaca e renal, o procedimento geralmente não é aconselhado.22 Transplante duplo, respectivamente de fígado e coração e de fígado e rim, podem ser alternativas aventadas nestas duas últimas situações. Pacientes com algumas outras variantes genéticas raras da TTR, como Ser52Pro, Glu42Gly and Glx60Ala, podem apresentar acometimento cardíaco progressivo a despeito do TH, devendo o procedimento ser indicado com extrema cautela nesses pacientes.22,31 Os parâmetros prognósticos acima mencionados, embora não tenham sido validados prospectivamente, podem ser úteis na avaliação individual de portadores de PAF com doença mais avançada candidatos ao TH.
Los autores no manif¡estan conflictos.
Bibliografía del artículo
  1. Saraiva MJM. Recent advances in the molecular pathology of familial amyloid neuropathy. Neuromuscular disorders 1991;1:3-6.
  2. Buxbaum JN & Tagoe CE. The genetics of amyloidosis. Annu Ver Med 2000;51:543-569.
  3. Murakami T, Uchino M, Ando M. Genetic abnormalities and pathogenesis of familial amyloidotic polyneuropathy. Pathol Int 1995;45:1-9.
  4. Planté-Bordeneuve V, Said G. Transthyretin related familial amyloid polyneuropathy. Curr Opin Neurol 2000;13:569-573.
  5. Hund E, Linke RP, Willig F, Grau A Transthyretin-associated neuropathic amyloidosis. Pathogenesis and treatment. Neurology 2001;56:431-435.
  6. Sousa A, Coelho T, Barros J, Sequeiros J. Genetic epidemiology of familial amyloidotic polyneuropathy (FAP)-type I in Povoa do Varzim and Vila do Conde (north of Portugal). Am J Med Genet. 1995;60:512-21.
  7. Drugge U, Andersson R, Chizari F et al. Familial amyloidotic polyneuropathy in Sweden: a pedigree analysis. J Med Genet, 30:388-392, 1993.
  8. Holmgren G, Costa PM, Andersson C et al. Geographical distribution of TTR met30 carriers in northern Sweden: discrepancy between carrier frequency and prevalence rate. J Med Genet 1994; 31:351-4.
  9. Takahashi K, Shigehiro Y, Kimura Y, Araki S. Familial amyloidotic polyneuropathy type 1 in Kumamoto, Japan: A clinicopathologic, histochemical, immunohistochemical, and ultrastructural study. Hum Pathol 1991; 22:519-527.
  10. Ikeda SI, Nakazato M, Ando Y, Sobue G. Familial transthyretin-type amyloid polyneuropathy in Japan. Clinical and genetic heterogeneity. Neurology 2002; 58:1001-1007.
  11. Palácios AS, Bittencourt PL, Canado ELR et al. Familial amyloidotic polyneuropathy type 1 in Brazil is associated with the transthyretin Val30Met variant. Amyloid: Int J Exp Clin Invest 1999; 6:289-291.
  12. Lendoire J, Trigo P, Aziz H et al. Liver transplantation in transthyretin familial amyloid polyneuropathy: first report from Argentina. Amyloid 1999; 6:297-300.
  13. Andersson R. Familial amyloidosis with polyneuropathy: A clinical study based on patients living in northern Sweden. Acta Med Scand 1976; 198:1-76.
  14. Misu K, Hattori N, Ando Y, Ikeda S, Sobue G. Anticipation in early but not late-onset familial amyloid polyneuropathy in Japan. Neurology 2000; 55:451-452.
  15. Bittencourt PL, Couto CA, Clemente C, Farias AQ, Palácios SA, Mies S, Goldberg AC. Clinical Expression of Familial Amyloid Polyneuropathy Type 1 In Brazil. Eur J Neurol 2004, "in press".
  16. Coelho T, Sousa A, Lourenço E, Ramalheira J. A study of 159 Portuguese patients with familial amyloid polyneuropathy (FAP) whose parents were both unaffected. J Med genet 1994; 31:293-299.
  17. Plante-Bordeneuve V, Lalu T, Misrahi M et al. Genotypic-phenotypic variations in a series of 65 patients with familial amyloid polyneuropathy. Neurology 1998; 51:708-714.
  18. Andrade C. A peculiar form of peripheral neuropathy. Familial atypical generalized amyloidosis with special involvement of peripheral nerves. Brain 1952; 75:408-427.
  19. Steen L, Borje EK. Familial amyloid polyneuropathy. A long-term follow-up of 21 patients with special reference to gastrointestinal symptoms. Acta Med Scand 1983; 214:387-397.
  20. Suhr O, Danielsson A, Holmgren G, Steen L. Malnutrition and gastrointestinal dysfunction as prognostic factors for survival in familial amyloidotic polyneuropathy. J Intern Med 1994;235:479-485.
  21. Monteiro E, Perdigoto R, Furtado AL. Liver transplantation for familial amyloid polyneuropathy. Hepatogastroenterology 1998; 45:1375-1380.
  22. Suhr OB, Herlenius G, Friman S, Ericzon BG. Liver transplantation for hereditary transthyretin amyloidosis. Liver Transplantation 2000; 6:263-276.
  23. Herlenius G, Wilczek HE, Larsson M, Ericzon BG. Familial Amyloidotic Polyneuropathy World Transplant Registry. Ten years of international experience with liver transplantation for familial amyloidotic polyneuropathy: results from the Familial Amyloidotic Polyneuropathy World Transplant Registry. Transplantation 2004; 77:64-71.
  24. Holmgren G; Steen L; Ekstedt J et al. Biochemical effect of liver transplantation in two Swedish patients with familial amyloidotic polyneuropathy (FAP-met30). Clin Genet 1991; 40:242-246.
  25. Parrilla P, Lopez-Andreu FR, Ramirez P et al. Familial amyloidotic polyneuropathy type I (Andrade's disease): a new indication for liver transplant. Transplantation; 1994: 57:473-475.
  26. Holmgren G, Ericzon BG, Groth CG et al. Clinical improvement and amyloid regression after liver transplantation in hereditary transthyretin amyloidosis. Lancet 1993; 341:1113-1116.
  27. Suhr OB, Holmgren G, Steen L et al. Liver transplantation in familial amyloidotic polyneuropathy. Follow-up of the first 20 Swedish patients. Transplantation 1995; 60:933-938.
  28. Pomfret EA, Lewis D, Jenkins RL et al. Effect of orthotopic liver transplantation on the progression of familial amyloidotic polyneuropathy. Transplantation 1998; 65:918-925.
  29. Bittencourt PL, Couto C, Farias AQ et al. Results of liver transplantation for familial amyloid polyneuropathy type 1 in Brazil. Liver Transplantation, 2002; 8:34-39.
  30. Adams D, Samuel D, Goulon-Goeau C et al. The course and prognostic factors of familial amyloid polyneuropathy after liver transplantation. Brain 2000: 123:1495-1504.
  31. Dubrey SW, Davidoff R, Skinner M et al. Progression of ventricular wall thickening after liver transplantation for familial amyloidosis. Transplantation 1997; 64:74-80.

© Está  expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de todo o parte de los  contenidos de la Sociedad Iberoamericana de Información Científica (SIIC) S.A. sin  previo y expreso consentimiento de SIIC
anterior.gif (1015 bytes)

Bienvenidos a siicsalud
Acerca de SIIC Estructura de SIIC


Sociedad Iberoamericana de Información Científica (SIIC)
Mensajes a SIIC

Copyright siicsalud© 1997-2024, Sociedad Iberoamericana de Información Científica(SIIC)