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IDOSO. NECESSIDADE DE COMPREENSÃO, RESPEITO E INTERVENÇÃO NO ASPECTO COMUNICATIVO
(especial para SIIC © Derechos reservados)
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Autor:
Murad Quintero, Sandra
Columnista Experto de SIIC

Institución:
Centro de Diagnóstico em Otorrinolaringología-Otorhinus SP, Brasil

Artículos publicados por Murad Quintero, Sandra  
Coautores Rosely Munhoz B.Marotta*  Silvio Antonio Monteiro Marone** 
Mestre em Ciências. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo*
Doutor. Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo**


Recepción del artículo: 6 de agosto, 2004
Aprobación: 12 de octubre, 2004
Conclusión breve
A preocupação com os idosos torna-se cada vez mais necessária, visto que a idade vem se constituindo cada vez mais em um fator de discriminação social

Resumen

A preocupação com os idosos torna-se cada vez mais necessária, visto que a idade vem se constituindo cada vez mais em um fator de discriminação social. O envelhecimento interfere no relacionamento social do idoso devido fatores psicofísicos e de natureza sócio-cultural desenvolvendo um processo de desvalorização e subestima. A comunicação para o indivíduo idoso é fundamental para que ele permaneça a se sentir socialmente e psicologicamente íntegro. A necessidade de uma avaliação mais completa, com testes que avaliam diferentes habilidades auditivas do idoso, bem como testes eletrofisiológicos, surge devido a audiometria convencional nos fornecer apenas os dados quanto ao grau de perda auditiva, sem descrever como esta perda influencia sua vida, sua comunicação do dia-a-dia em ambientes ruidosos ou com reverberação. Compreender o que ocorre no Sistema Auditivo com o envelhecimento torna-se fundamental para conseguirmos entender as dificuldades de comunicação destes indivíduos e dessa forma respeitá-lo e auxiliá-lo. Nota-se, portanto, a necessidade imediata do audiologista ajudar o indivíduo idoso a estabelecer uma melhor comunicação possível, criando centros de prevenção e reabilitação dos problemas de comunicação que surgem com o envelhecimento.

Palabras clave
Idoso, inteligibilidade de fala, sistema auditivo, intervenção, respeito

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Especialidades
Principal: GeriatríaOtorrinolaringología
Relacionadas: Medicina InternaNeurología

Enviar correspondencia a:
Sandra Murad Quintero. Rua Embaixador Ribeiro Couto, 351 Moema, SãoPaulo, Brasil CEP: 04517-050 Murad Quintero, Sandra



IDOSO. NECESSIDADE DE COMPREENSÃO, RESPEITO E INTERVENÇÃO NO ASPECTO COMUNICATIVO

(especial para SIIC © Derechos reservados)
Artículo completo
O homem é um ser social, sendo a linguagem essencial para o desenvolvimento da comunicação, o que possibilita a troca de idéias entre os homens.
Para que ocorra o desenvolvimento global da linguagem há necessidade que o indivíduo escute adequadamente.
O que é escutar
Escutar não é apenas conseguir captar o som, mas sim processá-lo, isto é, conseguir atribuir a ele um significado baseado em suas próprias vivências e experiências sonoras.
Esse mecanismo é bastante complexo, envolvendo diversas estruturas tanto do Sistema Auditivo Periférico quanto do Sistema Auditivo Central.
Essas estruturas trabalham conjuntamente, sendo que disfunções em diferentes áreas geram diferentes tipos de desordens de Processamento Auditivo.
A Desordem de Processamento Auditivo é a quebra em uma ou mais etapas envolvidas neste processo, gerando dificuldades em analisar ou interpretar padrões sonoros podendo ser provenientes de perdas auditivas, privações sensoriais, problemas neurológicos ou outros.
O indivíduo idoso queixa-se com freqüência de não compreender a fala em ambientes ruidosos ou com reverberação. Essa dificuldade é relacionada com freqüência à perda auditiva neurossensorial, caracterizada principalmente por uma perda bilateral em tons de alta freqüência gerada pelo envelhecimento, onde ocorre perda de células sensoriais auditivas devido a mudanças degenerativas e fisiológicas no sistema auditivo com o aumento da idade.1 A velocidade de processamento destas etapas, geralmente alterado nos idosos, onde observa-se atraso sinápticos no Sistema Auditivo Central, pode afetar sua comunicação normal independente da sensibilidade auditiva.
A população de mais de 60 anos, no Brasil, ultrapassa a casa de 10 milhões de habitantes, tornando-o um dos países com o maior número de idosos do mundo.2
A preocupação com os idosos torna-se cada vez mais necessária, visto que a idade vem se constituindo cada vez mais em um fator de discriminação social.
O envelhecimento interfere no relacionamento social do idoso devido fatores psicofísicos e de natureza sócio-cultural desenvolvendo um processo de desvalorização e subestima.
A maior razão pelo interesse na avaliação do Processamento Auditivo do indivíduo idoso está no fato da audiometria convencional nos fornecer informações limitadas sobre sua capacidade de comunicação individual. Ela nos fornece dados quanto à perda auditiva do indivíduo sem descrever como esta perda influencia sua vida, sua comunicação do dia-a-dia em ambientes ruidosos e/ou com reverberação.
Há necessidade, portanto, da realização de testes mais específicos, capazes de avaliar as diferentes habilidades auditivas (ex: atenção, localização, memória para sons verbais e não verbais, associação auditivo-visual, figura-fundo para sons verbais e não verbais, fechamento, aspectos temporais da audição, entre outras), bem como testes eletrofisiológicos.
Com o envelhecimento, o sistema auditivo sofre inúmeras mudanças sob o ponto de vista orgânico e fisiológico tanto na sua porção periférica quanto central. Essas alterações não são uniformes e atingem todo o organismo.3
Pesquisas mostram alterações no Sistema Nervoso Auditivo do indivíduo idoso independente da perda auditiva neurossensorial. Eles apresentam prejuízo nas funções de resolução temporal e resolução de freqüência, bem como déficit de integração temporal, justificando sua queixa de não compreensão da fala em ambientes ruidosos ou com reverberação.
Diversos autores acreditam ser a PANS como o principal fator explicativo da dificuldade de compreensão de fala nesta população.4-6 Porém, outros acreditam ser um agravante da desordem de Processamento Auditivo.7,8
Diversas alterações são apontadas na literatura especializada como decorrentes do envelhecimento:
Perda auditiva bilateral para tons de alta freqüência.6
Alterações dos neurotransmissores, gerando diminuição da velocidade de condução dos estímulos pelas fibras nervosas.10,11
Redução do nº de neurônios do sistema nervoso com perda de mielina e modificação da tonotopia da cóclea devido a PANS com formação de novas conexões sinápticas demonstrando a plasticidade neural do sistema nervoso.3,12
Presença de atrofia e degenerações de áreas auditivas no tronco cerebral e córtex nos casos de presbiacusia.13
Atrofia da cadeia tímpano-ossicular e músculo tensor do tímpano; atrofia na espira basal da cóclea com degenerações das células ganglionares e neurônios aferentes e eferentes.14
Alterações e presença de substâncias ósseas nos capilares da estria vascular.15
Após pesquisas verificou-se que as alterações decorrentes do envelhecimento por si só já constituem um impedimento ao efetivo processamento auditivo dos idosos e que a alteração de PANS não se configura em fator determinante, mas agravante da dificuldade de inteligibilidade de fala dos idosos em ambientes ruidosos ou com reverberação.
Nota-se, portanto, a necessidade imediata do audiologista ajudar o indivíduo idoso a estabelecer uma melhor comunicação possível, criando centros de prevenção e reabilitação dos problemas de comunicação que surgem com o envelhecimento.
Los autores no manifiestan conflictos.
Bibliografía del artículo
  1. Corso JF. Presbycusis, hearing aids and aging. Audiology, v.16 (2), p.146- 63, 1977.
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  11. Souza RR. Alterações anatômicas do sistema nervoso. In: Jacob Filho W. (ed). Envelhecimento do sistema nervoso central e a dor no idoso. São Paulo, EDUSP, 1996, v.3, p.53-60.
  12. Musiek FE, Lamb L. Neuroanatomy and neurophysiology of central auditory processing. In: Katz J. Central auditory processing: a transdisciplinary view. St Louis, Mosby Year Book, 1992.
  13. Hull RH. Hearing evaluation of the elderly In: Katz J. Handbook of Clinical Audiology, 2 ed., Baltimore, Williams and Wilkins, 1978, Cap.35.
  14. Jogensen MB. Changes in the inner ear: histologic studies. Arch. Otolaryngol., v.74, p.164-70, 1961.

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