INTRODUCCION
A infecção por Helicobacter pylori (H.pylori) causa
gastrite crônica que geralmente persiste por toda a vida, a menos
que tratada especificamente com antibióticos. Erradicação espontânea
da infecção tem sido raramente relatada.1
Erradicação natural da infecção vem ocorrendo em países
desenvolvidos. Melhores condições socio-econômicas ao longo de décadas,
levaram a menores chances de contrair uma infecção que não tem a
via fecal-oral de transmissão devidamente esclarecida e que e stá
intimamente relacionada a condições ambientais. Apesar de
desconhecido, acredita-se na transmissão pessoa a pessoa, sendo
sugerida a transmissão intrafamiliar da mãe infectada para o
filho, e menos provavelmente do pai infectado.2 Viver em
país em desenvolvimento, ser criança e viver em condições precárias
de higiene, saneamento básico e com aglomeração de pessoas, e
possivelmente predisposição étnica ou genética constituem os
maiores riscos de aquisição precoce da infecção.3 N a
América do Norte, a prevalência entre afro-americano, asiático-americano
e hispânicos é semelhante a prevalência nos países de origem.4
Atinge cerca de 50% da população mundial,5 mas apesar
da baixa prevalência nos países desenvolvidos, pode alcançar
taxas de até 90% nos países em desenvolvimento.6-9 Na
América Latina, a prevalência varia de 30 a 90% dependendo das
condições sócio-econômicas da população avaliada.8-12
Há um aumento da taxa de infecção, com o aumento da idade (efeito
coorte). A infecção, frequentemente é adquirida durante a infância,
sendo comum em crianças e adolescentes assintomáticos d e países
em desenvolvimento.6-9 No Brasil, estudos de soroprevalência
da infecção por H.pylori em centros metropolitanos (São
Paulo,13 Belo Horizonte14) mostram cerca de
35% de crianças e adolescentes com sorologia positivo para
anticorpos anti-H.pylori e 77,5% na região rural de Mato
Grosso.15 Estes índices são contrastantes com 5 a 10%
de crianças infectadas até 10 anos em países desenvolvidos. A
incidência da infecção por H.pylori em pa íses
industrializados é estimada em 0,5% da população susceptível ao
ano, em contraste com incidência significativamente maior em países
em desenvolvimento de aproximadamente 3-10% ao ano, sendo maior em
crianças; com soroconversão variando entre 0,33 e 0,5%/pessoa/ano.16-18
A maioria dos indivíduos infectados não apresenta sintomas ou
sinais clinicamente reconhecíveis, e uma pequena minoria cursa com
sintomas dispépticos, principalmente, quando a gastrite está
associada à doença péptica ulcerosa. Estima-se que cerca de 10%
dos indivíduos infectados evoluirão com doença péptica ulcerosa,
e cerca de 1% para câncer gástrico.19 Evidência
inicial desta associação foi feita através de estudos epidemiológicos
de que a colonização de H.pylori estava associada com
carcinoma gástrico e linfoma gástrico.20-22 Em 1994, a
OMS classificou a bactéria como carcinógeno tipo I.23
Entretanto em certas populações onde a prevalência da infecção
é alta, esta associação não é facilmente demonstrada, como na
África (enigma africano) .24 O desenvolvimento de
atrofia gástrica, metaplasia intestinal e adenocarcinoma invasivo
no estômago de gerbo infectado com H.pylori reforça esta
relação.25,26 Antes da redescoberta do H.pylor i,
reconheceu-se que a maioria dos casos de câncer gástrico se
desenvolvia a partir de gastrite crônica com gastrite atrófica
multifocal, metaplasia intestinal extensa, sugerindo que a
metaplasia intestinal e atrofia gástrica eram lesões pré-malignas
do estômago.27,28
Desconhece-se quais são os fatores que atuam para "doença do H.pylori".
O H.pylori constitui um fator de risco para câncer gástrico,
exceto para pacientes com úlcera duodenal.29,30 Há evidência
de que a presença do H.pylori é um fator essencial na doença
ulcerosa péptica.31 Entretanto, permanece não
esclarecido porque somente uma minoria de pacientes infectados por H.pylori
desenvolve a doença; sugere-se que as cepas que contêm a ilha de
patogenecidade ( PAI) CagA são mais virulentas e estão associadas
com as complicações da infecção tais como úlcera péptica.32-36
Estudo em nosso país mostra que 100% das crianças com úlcera
duodenal apresentavam cepas CagA+ comparadas com 62,3% do grupo
contro le (p=0,00007),37 mas há controvérsia na presença
de CagA e úlcera duodenal em crianças.38-41 Entretanto
tem sido demonstrada diferenças geográficas em relação à prevalência
de CagA na Coréia e China, a maioria das cepas de H.pyl ori
são CagA + independente da apresentação clínica.42,43
Embora o desenvolvimento do câncer gástrico ocorra tardiamente na
idade adulta, aquisição precoce da infecção é um fator
importante para o desenvolvimento do câncer gástrico,44
principalmente para aqueles indivíduos de baixo nível socioeconômi
co, com o dobro de risco em relação a um nível mais elevado.45
A etiopatogenia do câncer gástrico no entanto é multifatorial,
fatores relacionados com o genótipo de hospedeiro46 e
fatores ambientais tem sido associado com risco aume ntado de câncer
gástrico. Dieta rica em sal, defumados, condimentados, carboidratos
complexos e nitritos tem sido relacionados com risco maior para câncer
gástrico.47,48 Ao contrário, maior ingestão de frutas
frescas e vegetais (antioxidantes tal como Vitamina C e
beta-caroteno), parecem estar inversamente relacionadas com câncer
gástrico.47-49
Sugere-se que diferenças nos fatores de virulência que
caracterizam diferentes cepas do H.pylori poderiam
influenciar na evolução da infecção. Dentre estes, os mais
investigados são a citotoxina vacuolizante (VacA), e a citoxina
associada ao gen A (CagA). Cepas CagA+ indicam a maior produção de
interleucina 8 (IL-8) comparada a cepas cagA-, resultando em maior
inflamação da mucosa gástrica.50 Cepas que produzem a
proteína CagA estão associadas a maior risco de carcinoma gástrico,1
9,51,52 mas outros autores não confirmam esta associação.53-55
Portanto, o papel do CagA e de outros fatores de virulência
permanecem não esclarecidos e a positividade do CagA pode refletir
somente diferenças na distribuição geográfica.
Fatores relacionados ao hospedeiro podem determinar a resposta da
infecção gástrica e pode influenciar a evolução da doença. Ausência
de alelo DQA1*0102 do gen HLA-DQA1 pode aumentar o risco de gastrite
atrófica e ao desenvolvimento de carcinoma gástrico do tipo
intestinal.56 A produção de interleucina-1beta está
associada a risco aumentado de hipocloridria induzida pelo H.pylori
e o desenvolvimento de carcinoma gástrico.46 Em resposta
a colonização crônica do H.pylori, ocorre uma inibição
da secreção ácida pelos níveis elevados de interleucina-1beta
que promoveria o desenvolvimento de atrofia gástrica, que é o
passo inicial, levando à carcinogênese. Portanto, uma combinação
de aglomeração familiar de H.pylori juntamente com
polimorfismos de genes ligado a hipocloridria poderia aumentar o
risco aumentado de câncer gástrico em indivíduos com história
familiar de câncer gástrico.
Estudos recentes em tecidos gástricos de indivíduos com história
familiar de câncer gástrico comparados com controles saudáveis,
revelam alterações moleculares e genéticas que estão presentes
tanto no câncer do tipo intestinal e no tipo difuso.57-59 Mapeamento
genético poderá ser empregado no futuro para definir aqueles indivíduos
com maior risco de desenvolver doenças e portanto se beneficiar da
erradicação do H. pylori do estômago.
Não há nenhum consenso sobre o significado da infecção por H.pylori
na criança em relação ao risco de câncer gástrico na vida
adulta,60 sendo necessário estudo na criança sobre
tratamento do H.pylori durante a infância para preve nir o
desenvolvimento futuro de câncer gástrico, para tratar grupos mais
vulneráveis, principalmente em regiões de alta prevalência de câncer
gástrico. No entanto, as medidas mais efetivas para reduzir a
prevalência de carcinoma gástrico são seguramente as medidas
preventivas. A erradicação natural decorrente de melhores condições
sócio-econômicas do país deve ocorrer naturalmente, à semelhança
da diarréia infecciosa, mas somente o esclarecimento sobre o modo
exato de transmissão, orientará estratégias seguras para reduzir
a prevalência de câncer gástrico. Em pacientes adultos, Parsonet
et al.61 sugerem rastreamento do H.pylori aos 50
anos de idade, no sentido de evitar a progressão para câncer gástrico
após erradicação do bacilo. O i deal seria tratar a gastrite crônica
antes do aparecimento de lesões pré-neoplásica. Não há descrição
de regressão completa de metaplasia intestinal.62
Estudos estão sendo realizados para prevenir o desenvolvimento de
adenocarcinoma gástrico e linfoma gástrico.63 Os
resultados poderão auxiliar na intervenção com tratamento da
infecção em crianças e adultos assintomáticos, e em particular
aqueles com história familiar de câncer gástrico ou aqueles que
residem em regiões de alta prev alência de câncer gástrico. Em
partes do mundo onde a prevalência de câncer gástrico é alta,
tal como no Japão e em alguns países da América Latina (Chile,
Venezuela) tem sido realizado rastreamento da população assintomática
para detecção de câncer gást rico precoce.64-66
Indicações para erradicação do Helicobacter pylori
Há consenso em relação ao tratamento da infecção por H.pylori
na vigência de úlcera péptica, tanto em crianças quanto em
pacientes adultos. Mais de 80% das úlceras duodenais estão
relacionadas com a infecção por H.pylori, enquanto cerca de
50% das úlceras gástricas apresentam esta associação.67
Em crianças, a doença péptica ulcerosa é pouco frequente, com
uma incidência de 5 a 7 crianças ao ano68-71 e
praticamente todas as úlceras são duodenais, sendo raras as úlceras
gástricas na criança.72-74 A eliminação do H.pylori
da mucosa gástrica mudou a história natural da úlcera duodenal e
pacientes com antecedentes documentados destas lesões com infecção
ativa, mesmo assintomáticos, devem ser tratados. De ve-se erradicar
o H.pylori na duodenite erosiva à semelhança da doença
ulcerosa duodenal.75
A evidência da relação epidemiológica entre dor abdominal crônica
recorrente e H.pylori é limitada a poucos estudos epidemiológicos,76
e revisão de 5 estudos caso-controle não randomizados mostram
resultados controversos. Esta relação é mais difícil de se
comprovar em países em desenvolvimento onde há maior prevalência
da infecção por H.pylori.
No momento, as recomendações para crianças sobre diagnóstico e
tratamento da infecção por H.pylori das sociedades européias,77
norte-americana,78 e canadense79 se baseiam em
ensaios terapêuticos randomizados nível 1 de pacientes adultos e
de resultados de casuística não multicêntrico. Estudos em adultos
com relação ao efeito da erradicação do H.pylori sobre os
sintomas abdominais são conflitantes.80-82 Estudo
recente de metanálise realizada por M oayyedi et al.83
baseados em estudo com 2541 pacientes de 9 ensaios clínicos
randomizado, placebo-controlado ou comparativo com outras drogas,
mostram que aos 12 meses 36% dos pacientes melhoraram no grupo de
tratamento e 28% no grupo placebo (redução de risco relativo - 9%
- IC95% = 4-14%). A relação entre o número de pacientes tratados
necessários para a cura de 1 paciente foi de 15 (IC95% = 10-31
pacientes). Outros estudos comprovam esta controvérsia, a avaliação
dos efeitos da erradicação do H.pylori nos pacientes com
dispepsia não ulcerosa mostram que tanto os pacientes erradicados
como aqueles que mantêm a infecção apresentam remissão da
sintomatologia. A melhor evidência para a associação entre H.pylori
e dor abdominal r ecorrente deve ser baseada em estudos comparativos
em grupo controle saudáveis ou ensaios controlados,
preferencialmente randomizados, duplo cego e placebo controlados
para esclarecer esta relação. O impacto a longo prazo da erradicação
do H.pylori e a cura da gastrite sobre o subsequente
desenvolvimento de doença ulcerosa péptica, adenocarcinoma ou
linfoma é desconhecido. Apesar de existir um pequeno risco de
desenvolvimento da doença ulcerosa associado à gastrite H.pylori,
não há estudos controlados e randomizados demonstrando que a
erradicação irá prevenir a doença ulcerosa. Uso de antibióticos
podem ocasionar efeitos adversos, promover resistência bacteriana e
aumentar o custo da saúde. Também, não há dados mostrando que a
erradicação influencia o risco a longo prazo de desenvolver câncer
gástrico, no entanto, a erradicação em indivíduos selecionados
podem trazer benefícios individuais, pois pacientes em que há história
familiar de parentes de primeiro grau com câncer gástrico, apres
enta risco 3 vezes maior de evoluir para doença gástrica maligna.84
A prevalência da infecção nestes pacientes varia de 39-87% e vários
estudos epidemiológicos mostram que a infecção ocorre com maior
frequência nestes pacientes que naqueles as sintomáticos.85,86
Portanto, até o presente momento, não há evidências que
recomende o tratamento de crianças com infecção por H.pylori
e dispepsia não ulcerosa ou dor abdominal recorrente funcional,
assim como não há ainda recomendação de tratar crianças
assintomát icas com história familiar de infecção por H.pylori,
doença ulcerosa péptica ou câncer gástrico. O tratamento dos
pais de crianças infectadas por H.pylori promoveu uma boa
aderência ao tratamento antimicrobiano87,88 e poderia
aux iliar na redução da reinfecção. Em nosso serviço, tratamos
rotineiramente os pais com doença ulcerosa péptica associada ao
Helicobacter pylori.
Recentemente, foi descrita cura de anemia ferropriva refratária ao
tratamento após erradicação do H.pylori.89,90
Apesar de raro em crianças, a evidência de linfoma MALT associado
á infecção por H.pylori deve ser tratado com terapia de
erradicação. A maioria dos pacientes com linfoma de baixo grau
apresenta cura com a erradicação, apesar de alguns não melhora
rem. Sugere-se que os linfomas de baixo grau e estádio I-EI devem
ser tratados primariamente com erradicação do H.pylori. Nos
estadios mais avançados ou com alto grau, o tratamento de erradicação
será complementar à terapêutica convencional.7 4
Estudos adicionais em pacientes pediátricos com linfoma devem ser
realizados para avaliar recorrência, progressão ou remissão do
tumor após a terapia. O tratamento é recomendado quando há
gastrite atrófica com metaplasia intestinal, situação rara em
crianças.91
Tratamento antimicrobiano
A sensibilidade do H.pylori para antibióticos in vitro, não
garante sua eficácia in vivo. Estratégias de tratamento atuais
para erradicação do H.pylori são desenvolvidos
primariamente por metodologia de acerto e erro.92 A
procura de um tratamento ideal continua, ou seja, de fácil
administração, poucos efeitos colaterais, boa eficácia e custo
reduzido. Um dos fatores mais importante que determina o sucesso da
terapia de erradicação é a aderência ao tratamento prescrito,93
e para tanto, o número de medicamentos prescritos, a frequência
de administração e a duração da terapia devem ser os mínimos
necessários para um tratamento bem sucedido.
Em pacientes adultos considera-se efetivo o tratamento que obtêm
erradicação em pelo menos 80% dos pacientes tratados.94 Apesar da
crença de que as drogas para tratamento eficiente em adultos, também
o serão em pacientes pediátricos, são neces sários ensaios
controlados em crianças para confirmar ou refutar esta suposição.
Infelizmente os dados disponíveis em crianças são escassos, com
estudos abertos, não randomizados e não controlados, não havendo
critérios mínimos para determinar a eficácia , assim como critérios
de seleção de pacientes. Há inclusão de pacientes tanto com dor
abdominal crônica recorrente (critérios de Appley) e sintomas dispépticos.
Além disso, os métodos empregados para avaliar a resposta ao
tratamento do H.pylori n ão são homogêneos, havendo inclusive a
utilização de sorologia, método comprovadamente ineficaz na
avaliação de erradicação.95 Oderda et al.96 realizaram uma revisão
sistemática de tratamentos de erradicação do H.pylori em cr ianças,
de artigos na língua inglesa e francesa, encontrando apenas 30
artigos no período de 1987 a Outubro de 1999, e apenas 16 resumos
apresentados em congressos e cartas, no período de 1997 a 1999. Os
esquemas de erradicação variavam de monoterapia a terapia quádrupla,
com duração de 1 a 8 semanas. Além disso, os controles foram
realizados com métodos baseados em biópsias ou teste respiratório
13C-uréia, cujo período variava, de imediatamente após até 2
anos do término do tratamento, com as mais vari adas taxas de
erradicação.
Esta falta de padronização no tratamento e na metodologia de
ensaio terapêutico da infecção por Helicobacter pylori em crianças
foi o motivo da criação de um comitê europeu com a coleta dados
de ensaios terapêuticos para avaliar a eficácia de diferen tes
esquemas com a finalidade de se chegar a um consenso a respeito do
tratamento.97 No momento, o tratamento recomendado consiste de três
medicamentos administrados em duas tomadas diárias por 1 ou 2
semanas.98,99 Nos países desenvolvidos recomenda-se como tratamento
inicial, esquema tríplice contendo dois dos seguintes antib ióticos:
claritromicina, amoxicilina ou metronidazol associado a inibidor da
bomba de prótons. Estudo duplo-cego com terapia tríplice contendo
amoxicilina, claritromicina e omeprazol por uma semana, comparado
com terapia dupla com claritromicina e amoxic ilina apresentou
erradicação em 75% e 9,4% respectivamente.100 Estudo aberto em
nosso serviço com o mesmo esquema tríplice, apresentou eficácia
menor, 50% e 73%, utilizando o mesmo esquema durante 7 e 10 dias,
respectivamente.101 Av aliação de novo esquema tríplice
(claritromicina, furazolidona e inibidor da bomba de prótons - 7
dias) tem mostrado melhor índice de erradicação,102 dado já
comprovado em pacientes adultos de nosso país.103
São necessários mais ensaios terapêuticos com maior casuística
para definição de um esquema terapêutico eficaz em crianças.
Apesar de não existir uma opção única que possa ser indicada no
nosso meio, os esquemas que excluem os derivados nitroimidazólicos
98,104 parecem ser mais eficazes em crianças de países em
desenvolvimento.101 A associação de antimicrobianos tende a
diminuir o desenvolvimento de resistência a claritromicina e ao
metronidazol,93 apesar de apresentar ma is efeitos colaterais
(mal-estar, náusea, diarréia, aftas na boca, infecções fúngicas
e colite pseudomembranosa). Devendo ser evitada a monoterapia ou a
duoterapia devido sua ineficácia e risco de induzir resistência
antimicrobiana.105
A falha no tratamento inicial de erradicação do H.pylori não é
incomum, atingindo cerca de 10-20% dos pacientes tratados.106-108
Esta falha tem sido associado a fatores como aderência ao
tratamento ou ás características próprias do H .pylori como
resistência bacteriana e á capacidade do H.pylori em se aderir ao
epitélio gástrico, abaixo da camada de muco, dificultando o acesso
das drogas antimicrobianas.94,109,110 Outros fatores que podem
interferir na taxa de e rradicação tem sido pouco estudados, entre
eles marcadores de patogenicidade da bactéria, recentemente a
importância dos marcadores de virulência na eficácia da erradicação
bacteriana foi verificada em 2 estudos europeus.111,112
A maior intensidade e atividade da gastrite pode contribuir para uma
ação mais efetiva da claritromicina, porque tem sido demonstrado
uma captação ativa dos macrolídeos por linfócitos humanos e leucócitos
polimorfonucleares,113 mas Queiroz et al.114 não observaram falha
terapêutica de acordo com o status CagA.
A resistência aos antibióticos pode ser primária ou se
desenvolver durante o tratamento. A resistência antimicrobiana primária
pode resultar em falha do tratamento mesmo em esquema tríplice ou
quádruplo115 e pode ser devido a mutação espontâne a do
H.pylori, demonstrada "in vitro" por Wang et al.116
Resistência a amoxicilina tem sido relatada em cerca de 0,3 a
6%.117-119 Resistência a claritromicina varia de 5 a 15%, em
estudos europeus118,120-123 e está aumentando em crianças de países
desenvolvidos; na Bélgica a resistência p rimária aumentou em média
de 6% antes de 1995 a 16,6% após, e resistência secundária em 46%
devido ao uso disseminado deste medicamento na prática pediátrica,124
o que pode diminuir a eficácia terapêutica dos antibióticos no
tratamento do H .pylori.121 No entanto, estudo francês não mostrou
aumento na resistência a claritromicina e metronidazol durante o
período de 5 anos (1994-1999) .125
A resistência aos nitroimidazólicos causa um aumento na taxa de
insucesso de erradicação em esquema baseados no metronidazol. É
mais comum em países em desenvolvimento (40-98%), mas mesmo em países
desenvolvidos tem se observado aumento nas cepas com res istência126-132
chegando a taxas de 10-45% nos EUA e Europa120-123 sendo maiores em
mulheres devido ao uso generalizado em infecções genitais e
provavelmente ao uso em doença diarréica e parasitoses.129,133,134
No Brasil, dois estudos mostraram resistência ao metronidazol em
48%135 e 64% dos pacientes adultos.137 Resistência a amoxicilina
foi detectada em 29%, tetraciclina em 7%. e furazolidona em 4%.136
Quando não há resposta ao tratamento inicial, recomenda-se o
esquema quádruplo, baseado em drogas não prescritas anteriormente,
devido á resistência antimicrobiana secundária, mas o ideal seria
um esquema antimicrobiano baseado no estudo de resistência b
acteriana através de cultura da bactéria e antibiograma.
Ao se prescrever a medicação antimicrobiana, é necessário ser
bastante convincente, justificando a real necessidade, dispensando
mais tempo do que é normalmente dispensado ao se prescrever uma
medicação antimicrobiana, pois o doente precisa estar bastant e
motivado para aderir a um tratamento com múltiplas drogas, de alto
custo, de efeitos colaterais e que não devem ser suspensos mesmo
com as reações colaterais transitórias.138 O grau de aderência
ao tratamento, possui importante papel na taxa de erradicação.
Talvez a associação de determinados fatores como: cepas
diferentes, resistência a drogas e não aderência sejam
determinantes na condição atual do insucesso da erradicação do
H.pylori no nosso meio, que difere da observada em adult os e crianças
de países desenvolvidos.
O surgimento de cepas resistente aos antimicrobianos tem causado
falha no tratamento, por isso o desenvolvimento de vacina é uma das
atitudes aceitáveis para a prevenção de doenças relacionadas á
infecção por H.pylori, incluindo câncer gástrico e doença
ulcerosa péptica. Atualmente a aplicação profilática e terapêutica
da vacina tem sido demonstrada em estudos fase I em modelos
animais.139,140 Principalmente nos países em desenvolvimento, para
a sua aplicação em massa, torna-se importa nte observar a relação
custo-benefício, pois apesar da alta prevalência da infecção por
H.pylori, a evolução para estas doenças ocorre apenas em uma
minoria de pacientes infectados. Nas áreas de alta incidência, a
população alvo da vacinação devem ser as crianças. A vacina
ideal deve ser segura e bem tolerada, mesmo por lactentes, e deve
prevenir ou reduzir a taxa de infecção gástrica em pelo menos
mais de 50% dos vacinados.141
BIBLIOGRAFIA
- Xia HHX, Talley NJ. Natural
acquisition and spontaneous elimination of Helicobacter pylori
infection: Clinical Implications. Am J Gastroenterol 1997;
92:1780- 87.
- Miyazaki M, Kato M, Takata T,
Une H. Intrafamilial transmission of Helicobacter pylori: the
association between a parent and an offspring with respect to
the presence of anti-CagA antibody. J Infect Dis 2002;8:70-5.
- Malaty H, Logan N, Graham D et
al. Helicobacter pylori infection in preschool and school-aged
minority children. Effect of socioeconomic indicators and breast
feeding practices. Clin Infect Dis 2001; 32:1387-92.
- Staat MA; Kruszon-Moran D;
Mcquillan GM et al. A population-based serologic survey of
Helicobacter pylori infection in children and adolescents in the
United States. J Infect Dis 1996; 174:1120-3.
- Ernst PB, Gold BD. Helicobacter
pylori in childhood: new insights into the immunopathogenesis of
gastric disease and implications for managing infection in
children. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1999; 28:462-73.
- Lindkvist P, Asrat D, Nilsson I
et al. Age at acquisition of Helicobacter pylori infection:
Comparison of a high and a low prevalence country. Scand J
Infect Dis 1996; 28:181-4.
- Holcombe C, Tsimiri S, Eldridge
J, Jones DM. Prevalence of antibody to Helicobacter pylori in
children in northern Nigeria. Trans R Soc Trop Med Hyg, 1993;
87:19-21.
- Hopkins RJ, Vial PA, Ferreccio C
et al. Seroprevalence of Helicobacter pylori in Chile:
Vegetables may serve as one route of transmission. J Infect Dis
1993; 168:222- 6.
- Oliveira AMR, Queiroz DMM, Rocha
GA, Mendes EN - Seroprevalence of Helicobacter pylori infection
in children of low socio-economic level in Belo Horizonte,
Brazil. Am J Gastroenterol 1994; 89:2201-4.
- Olmos JA, Higa R, Rios H et al.
Association between subjects with dyspeptic symptoms and
Helicobacter pylori infection: Epidemiologic study conducted at
16 centers in Argentina. Gastroenterolgy 1998; 114: A:1016.
- Klein PD, Gilman RH, Leon-Barua
R et al. The epidemiology of Helicobacter pylori in Peruvian
children between 6 and 30 months of age. Am J Gastroenterol
1994; 12:2196-200.
- Dehesa M, Robles-Diaz G, Garcia
M et al. Seroepidemiology of Helicobacter pylori in Mexico.
Gastroenterology 1993; 104(suppl 2):A65.
- Portorreal ACM, Kawakami E.
Soroprevalência da infecção por Helicobacter pylori
(H.pylori) em crianças de baixo nível socioeconômico na
cidade de São Paulo, Brasil. In: X Congresso Brasileiro de
Gastroenterologia Pediátrica, Brasília, 2001. Abstract book.
- Oliveira AMR, Rocha GA, Queiroz
DMM et al. Evaluation of enzyme-linked immunosorbent assay for
the diagnosis of Helicobacter pylori infection in 157 children
from different age groups with and without duodenal ulcer. J
Pediatr Gastroenterol Nutr 1999; 28:157-61.
- Souto FJ, Fontes CT, Rocha GA et
al. Prevalence of Helicobacter pylori infection in a rural area
of the state of Mato Grosso, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 1998;
97:171- 4.
- Mitchell HM; Li YY; Ho PJ.
Epidemiology of Helicobacter pylori in Southern China:
Identification of early childhood as the critical period of
acquisition. J Infect Dis 1992; 166:149-53.
- Parsonnet J. The incidente of
Helicobacter pylori infection. Aliment Pharmacol Ther 1995;
9:45-51.
- Malaty HM; Graham DY; Wattigney
WA et al. Natural history of Helicobacter pylori infection in
childhood: 12 years follow-up cohort study in a bi-racial
community. Clin Infect Dis 1999; 28:279-82.
- Blaser MJ; Chyou PH; Nomura A.
Age at establishment of Helicobacter pylori infection and
gastric carcinoma, gastric ulcer, and duodenal ulcer risk.
Cancer Res 1995; 5:562-5.
- Nomura A, Stemmermann GN, Chyou
PH et al. Helicobacter pylori infection and gastric carcinoma
among Japanese Americans in Hawaii. N Engl J Med 1991;
325:1132-6.
- Parsonnet J, Friedman GD,
Vandersteen DP et al. Helicobacter pylori infection and the risk
of gastric carcinoma. N Engl J Med 1991; 325:1127-31.
- Forman D, Newell DG, Vandersteen
DP et al. Association between infection with Helicobacter pylor
and risk of gastric cancer: evidence from a prospective
investigation. BMJ 1991; 302:1302-5.
- International Agency for
research on Cancer. Anonymous live flukes and Helicobacter
pylor. IARC Working Group on the Evaluation of Carcinogenic
Risks to Humans. Lyon, France: IARC Monogr Eval Carcinog Risks
Hum 1994; 61:1-241.
- Holcombe C. H pylor: The African
enigma. Gut 1992; 33:429-31.
- WatanabeT, Tada M, Nagai H et
al. Helicobacter pylor infection induces gastric cancer in
Mongolian gerbils. Gastroenterology 1998; 115:642-8.
- Honda S, Fujioka T, Tokieda M et
al. Development of Helicobacter pylori-induced gastric carcinoma
in mongolian gerbils. Cancer Res 1998; 58:4255-9.
- Correa P. Human gastric
carcinogenesis: a multistep and multifactorial process - First
American Cancer Society Award Lecture on Cancer Epidemiology and
Prevention. Cancer Res 1992; 52:6735-40.
- Villako K, Kekki M, Maaroos HI
et al. Chronic gastritis: progression of inflammation and
atrophy in a six-year endoscopic follow-up of a random sample of
142 Estonian urban subjects. Scand J Gastroenterol Suppl 1991;
186:135-41.
- Hansson LE, Nyren O, Hsing AW et
al. The risk of stomach cancer in patients with gastric or
duodenal ulcer disease. N Engl J Med 1996; 335:242-9., 1996
- Uemura N, Okamoto S, Yamamoto S
et al. Helicobacter pylori infection and the development of
gastric cancer. N Engl J Med 2001; 345:784-9.
- Dunn BE, Cohen H, Blaser MJ.
Helicobacter pylori. Clin Microbiol Rev 1997; 10:720-41.
- Censini S, Lang C, Xiang Z et
al. Cag, a pathogenicity island of Helicobacter pylori, encodes
type I-specific and disease-associated virulence factors. Proc
Natl Acad Sci USA 1996; 93:14648-53.
- Covacci A, Falkow S, Berg DE,
Rappuoli R. Did the inheritance of a pathogenicity island modify
the virulence of Helicobacter pylori? Trends Microbiol 1997;
5:205-8.
- Covacci A, Censini S, Bugnoli M
et al. Molecular characterization of the 128kDa immunodominant
antigen of Helicobacter pylori associated with cytotoxicity and
duodenal ulcer. Proc Natl Acad Sci USA 1993; 90:5791-5.
- Evans DG, Queiroz DMM, Mendes
EM, Evans Jr DJ. Helicobacter pylori cagA status and s and m
alleles of vacA in isolates from individuals with a variety of
H.pylori- associated gastric diseases. J Clin Microbiol 1998;
36:3435-7.
- Queiroz DMM, Rocha GA, Mendes EM
et al. Differences in distribution and severity of Helicobacter
pylori gastritis in children and adults with duodenal ulcer
disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1991; 12:178-81.
- Queiroz DM; Mendes EN; Carvalho
AS et al. Factors associated with Helicobacter pylori infection
by a cagA-positive strain in children. J Infect Dis 2000;
181:626-30.
- Oderda G, Figura N, Bayeli PF et
al. Serologic IgG recognition of Helicobacter pylori
cytotoxin-associated protein, peptic ulcer and gastroduodenal
pathology in childhood. Eur J Gastroenterol Hepatol 1993;
5:695-9.
- Husson M-O, Gottrand F, Vachee A
et al. Importance in diagnosis of gastritis of detection by PCR
of the cagA gene in Helicobacter pylori strains isolated from
children. J Clin Microbiol 1995; 33:3300-3.
- Mitchell HM, Hazell SL, Bohane
TD et al. The prevalence of antibody to CagA in children is not
a marker for specific disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr
1999; 28:71- 5.
- Loeb M, Jayaratne P, Jones N et
al. Lack of correlation between vacuolating cytotoxin activity,
cagA gene in Helicobacter pylori and peptic ulcer disease in
children. Eur J Clin Microbiol Infect Dis 1998; 17:653-6.
- Miehlke S, Kibler K, Kim JG et
al. Allelic variation in the cagA gene of Helicobacter pylori
obtained from Korea compared to the United States. Am J
Gastroenterol 1996; 91:1322-5.
- Pan ZJ, Van der Hulst RW, Feller
M et al. Equally high prevalences of infection with
cagA-positive Helicobacter pylori in Chinese patients with
peptic ulcer disease and those with chronic gastritis-associated
dyspepsia. J Clin Microbiol 1997; 35:1344-7.
- Haenszel W, Kurihara M. Studies
of Japanese migrants. I. Mortality from cancer and other
diseases among Japanese in the United States. J Natl Cancer Inst
1968; 40:43- 68.
- Howson CP, Hiyama T, Wynder EL.
The decline in gastric cancer: Epidemiology of an unplanned
triumph. Epidemiol Rev 1986; 8:1-27.
- El Omar EM, Carrington M, Chow
WH et al. Interleukin-1 association with increased risk of
gastric cancer. Nature 2000; 404:398-402.
- Ramon JM, Serra L, Cerco C et
al. Dietary factors and gastric cancer risk. A case- control
study in Spain. Cancer 1993; 71:1731-5.
- Neuget AI, Hayek M, Howe G.
Epidemiology of gastric cancer. Semin Oncol 1996; 23:281-91.
- Weisburger JH, Marquardt H,
Mower HF et al. Inhibition of carcinogenesis: vitamin C and the
prevention of gastric cancer. Prev Med 1980; 9:352-61.
- Crabtree JE, Covacci A, Farmery
SM et al. Helicobacter pylori induced interleukin-8 expression
in gastric epithelial cells is associated with cagA-positive
phenotype. J Clin Pathol 1995, 48:41-5.
- Parsonet J, Friedman GD,
Orentreich N, Vovelman H. Risk for gastric cancer in people with
CagA positive or CagA negative Helicobacter pylori infection.
Gut 1997; 40:297-301.
- Rudi J, Kolb C, Maiwald M et al.
Serum antibodies against Helicobacter pylori proteins VacA and
CagA are associated with increased risk of gastric
adenocarcinoma. Dig Dis Sci 1997; 42:1652-9.
- Mitchell HM, Hazell SL, Hu PJ et
al. Serological response to specific Helicobacter pylori
antigens: antibody against CagA antigen is not predictive of
gastric cancer in a developing country. Am J Gastroenterol 1996;
91:1785-8.
- Pérez-Pérez GI, Bhat N,
Gaensbauer J et al. Country-specific constancy by age in cagA+
proportion of Helicobacter pylori infections. Int J Cancer 1997,
72:453-6.
- Shimoyama T, Fukuda S, Tanaka M
et al. High prevalence of the CagA-positive Helicobacter pylori
strains in Japanese asymptomatic patients and gastric cancer
patients. Scand J Gastroenterol 1997: 32:465-8.
- Azuma T, Ito S, Sato Fet al. The
role of the HLA-DQA1 gene in resistance to atrophic gastritis
and gastric adenocarcinoma induced by Helicobacter pylori
infection. Cancer 1998; 82:1013-8.
- Yu J, Ebert MP, Miehlke S et al.
Alpha-catennin expression is decreased in human gastric cancers
and in the gastric mucosa of first degree relatives. Gut 2000;
46:639-44.
- Ebert MO, Yu J, Miehlke S et al.
Expression of transforming growth factor beta-1 in gastric
cancer and in the gastric mucosa of first-degree relatives of
patients with gastric cancer. Br J Cancer 2000; 82:1795-800.
- Kato S, Onda M, Yamada S et al.
Association of the interleukin-1 beta genetic polymorphism and
gastric cancer risk in Japanese. J Gastroenterol 2001; 36:696-9.
- Imrie C; Rowland M; Bourke B;
Drumm B. Is Helicobacter pylori infection in childhood a risk
factor for gastric cancer? Pediatrics 2001; 107:373-80.
- Parsonnet J; Harris RA; Hack HM;
Owens DK. Modelling cost-effectiveness of Helicobacter pylori
screening to prevent gastric cancer: a mandate for clinical
trials. Lancet 1996; 348:150-4.
- Leung WK, Sung JJ. Review
article: intestinal metaplasia and gastric carcinogenesis.
Aliment Pharmacol Ther 2002;16:1209-16.
- Gail MH, You WC, Chang YS et al.
Factorial trial of three interventions to reduce the progression
of precancerous gastric lesions in Shandong, China: design
issues and initial data. Controlled Clin Trials 1998; 19:352-69.
- Lambert R. Mass screening
programs in Japan: what can we learn in the West? Endoscopy
1998; 30:721-3.
- Lorens P. Gastric cancer mass
survey in Chile. Sem Surg Oncol 1991; 7:339-43.
- Pisani P, Oliver WE, Parkin DM
et al. Case-control study of gastric cancer screening in
Venezuela. Br J Cancer 1994; 69:1102-5.
- Chiba N, Thomson AB, Sinclair P.
From bench to bedside to bug: an update of clinically relevant
advances in the care of persons with Helicobacter
pylori-associated diseases. Can J Gastroenterol 2000; 14:188-98.
- Deckelbaum BJ, Roy CC,
Lussier-Lazaroff J et al. Peptic ulcer disease: a Clinical study
in 73 children. Can Med Assoc J 1974; 111: 225.
- Drumm B, Rhoads JM, Stringer DA
et al. Peptic ulcer disease in children: etiology, clinical
findings and clinical course. Pediatrics 1988; 82: 410.
- Murphy MS, Eastham EJ, Jimenez M
et al. Duodenal ulceration: Review of 110 cases. Arch Dis Child
1987; 62: 544.
- Puri P, Boyd E, Blake N, Guiney
EJ. Duodenal ulcer in childhood: a continuing disease in adult
life. J Pediatr Surg 1978; 13: 525.
- Hassall E & Dimmick JE.
Unique features of Helicobacter pylori disease in children. Dig
Dis Sci 1991; 36:417.
- Yeung CK, Fu KH, Yuen KY et al.
Helicobacter pylori and associated duodenal ulcer. Arch Dis
Child 1990; 65:1212.
- Dohil R; Hassal E; Jevon G et
al. Gastritis and Gastropathy of Childhood. J Pediatr
Gastroenterol Nutr 1999; 29:378-94.
- Sainz R, Borda F, Dominguez E,
Gisbert JP Y Grupo Conferencia Española de Consenso.
Conferencia Española de Consenso sobre la infección por
Helicobacter pylori. Rev Esp Enferm Dig 1999; 91:777-784.
- Macarthur C. Helicobacter pylori
infection and childhood recurrent abdominal pain: lack of
evidence for a cause-end-effect relationship. Can J
Gastroenterol 1999; 13:607- 10.
- Drumm B, Koletzko S, Oderda G.
Helicobacter pylori infection in children: a consensus
statement. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2000; 30:207-13.
- Gold BD, Colletti RB, Abbott M
et al. Helicobacter pylori infection in children:
recommendations for diagnosis and treatment. J Pediatr
Gastroenterol Nutr 2000; 31:490-7.
- Sherman P, Hassal E, Hunt RH et
al. Canadian Helicobacter Study Group Consensus Conference on
the approach to Helicobacter pylori infection in children and
adolescents. Can J Gastroenterol 1999; 13:553-9.
- Blum AL, Talley NJ, O'Morain C
et al. Lack of effect of treating Helicobacter pylori infection
in patients with nonulcer dyspepsia: omeprazole plus
clarithroycin and amoxicillin effect one year after treatment
(OCAY) study group. N England J Med 1998; 339:1875-81.
- McColl K, Murray L, El-Omar E et
al. Symptomatic benefit from eradicating Helicobacter pylori
infection in patients with nonulcer dyspepsia. N Engl J Med
1998; 339:1869-74.
- Talley NJ, Janssens J, Lauritsen
K et al. Eradication of Helicobacter pylori in functional
dyspepsia: randomized double blind placebo controlled trial with
12 months follow up. The Optimal Regimen Cures Helicobacter
Induced Dyspepsia (ORCHID) study group. BMJ 1999; 318:833-7.
- Moayyedi P, Soo S, Deeks J et
al. Systematic review and economic evaluation of Helicobacter
pylori eradication treatment for non-ulcer dyspepsia. BMJ 2000,
321:659- 64.
- Fuchs CS & Mayer RJ. Gastric
carcinoma. N Engl J Med 1995; 333:32-41.
- Buckley M & O'Morain CA.
Prevalence of Helicobacter pylori in nonulcer dyspepsia. Aliment
Pharmacol Ther 1995; 9:53-8.
- Loffeld RJLF, Stobberingh E,
Flendrig JA et al. Presence of Helicobacter pylori in patients
with non-ulcer dyspepsia revealing normal antral histological
characteristics. Digestion 1990, 47:29-34.
- Kalach N, Raymond J, Benhamou PH
et al. Managing intrafamilial dissemination of Helicobacter
pylori gastric infection improves eradication rates in children
(Letter). J Pediatr Gastroenterol Nutr 1999; 28:356.
- Oderda G, Ponzetto A, Boero M et
al. Family treatment of symptomatic children with Helicobacter
pylori infection. Ital J Gastroenterol Hepatol 1997; 29:509-14.
- Barabino A, Dufour C, Marino CE
et al. Unexplained refractory iron-deficiency anemia associated
with Helicobacter pylori gastric infection in children: Further
clinical evidence. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1999; 28:116-9.
- Marignani M, Angeletti S, Bordi
C et al. Reversal of long-standing iron deficiency anemia after
eradication of Helicobacter pylori infection. Scand J
Gastroenterol 1997; 32:617-22.
- Dixon MF, Genta RM, Yardley JH .
Classification and grading of gastritis: the update Sydney
system. Am J Surg Pathol 1994; 20:1161-81.
- Peura D. Helicobacter pylori:
rational management options. Am J Med 1998; 105:424-30.
- Huang JQ & Hunt RH - The
importance of clarithromycin dose in the management of
Helicobacter pylori infection: a meta-analysis of triple
therapies with a proton pump inhibitor, clarithromycin and
amoxycillin or metronidazole. Aliment Pharmacol Ther 1999;
13:719-29.
- Harris A. Current regimens for
treatment of Helicobacter pylori infection. Br Med Bull 1998;
54:195-205.
- Uc A, Chong SKF. Treatment of
Helicobacter pylori gastritis improves dyspeptic symptoms in
children. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2002; 34:281-5.
- Oderda G, Rapa A, Bona G. A
systematic review of Helicobacter pylori eradication treatment
schedules n children. Aliment Pharmacol Ther 2000;
14(Suppl)59-66. Oderda G, Cadranel S, Drumm B, Koletzki S.
Announcing the creation of the pediatric European register for
treatment of Helicobacter pylori (PERTH). J Ped Gastroenterol
Nutr 2001; 33:526-7.
- Rowland M, Imrie C, Bourke B,
Drumm B. How should Helicobacter pylori infected children be
managed? Gut 1999; 45:1336-9.
- The European Helicobacter pylori
Study Group. Current European concepts in the management of
Helicobacter pylori infection. The Maastrich Consensus Report.
Gut 1997; 41:8-13.
- Gottrand F, Kalach N,
Spyckerelle C et al. Omeprazole combined with amoxicillin and
clarithromycin in the eradication of Helicobacter pylori in
children with gastritis: a prospective randomizaed double-blind
trial. J Pediatr 2001; 139:664-8.
- Kawakami E, Ogata SK, Portorreal
ACM et al. Triple therapy with clarithromycin, amoxicillin and
omeprazole for Helicobacter pylori eradication in children and
adolescents. Arq Gastroenterol 2001; 38:203-6.
- Kawakami E, Machado RS,
Scuissiato ML et al. Esquema tríplice com Furazolidona,
Omeprazol e Claritromicina para erradicação de Helicobacter
pylori (H. pylori) em crianças e adolescentes. In: V Semana
Brasileira do Aparelho Digestivo, Rio de Janeiro, 2002. Abstract
book.
- Dani R, Queiroz DMM, Dias MGM et
al. Omeprazole, clarithromycin and furazolidone for the
eradication of Helicobacter pylori in patients with duodenal
ulcer. Aliment Pharmacol Ther 1999, 13:1647-52.
- Tirén U, Sandstedt B, Finkel Y.
Helicobacter pylori gastritis in children: efficacy of 2 weeks
of treatment with clarithromycin, amoxicillin and omeprazole.
Acta Pediatr 1999; 88:166-8.
- Behrens R, Lang T, Keller KM.
Dual versus triple therapy of Helicobacter pylori infection:
results of a multicentre trial. Arch Dis Child 1999, 81:68-70.
- Van der Hulst RW, Weel JF,
Verheul SB et al. Treatment of Helicobacter pylori infection
with low and high dose omeprazole combined with amoxicillin and
the effect of early retreatment: a prospective randomised
double-blind study. Aliment Pharmacol Ther 1996; 10:165-71.
- Unge P. What other regimens are
under investigation to treat Helicobacter pylori infection?
Gastroenterology 1997; 113(Suppl6):S131-48.
- Lind T; Mégraud F; Unge P et
al. The MACH2 study: role of omeprazole in eradication of
Helicobacter pylori with 1-week triple therapies.
Gastroenterology 1999; 116:248-53.
- Peitz U, Hackelsberger A,
Malfertheiner P. A pratical approach to patients with refractory
Helicobacter pylori infection, or who are re-infected after
standard therapy. Drugs 1999; 57:905-20.
- Deltenre M; Geboes K; Ectors N
et al. The 1998 national Belgian consensus meeting on H.
PYLORI-related diseases: an extensive summary. The H. PYLORI
Belgian contact group organized in CHU Brugmann, Brussels. Acta
Gastroenterol Belg 1998; 61:299-302.
- Van Doorn LJ, Schneeberger PM,
Nouhan N et al. Importance of Helicobacter pylori cagA and vacA
status for the efficacy of antibiotic treatment. Gut 2000;
46:321-6.
- Broutet N, Marais A, Lamouliatte
H et al. CagA status and eradication treatment outcome of
anti-Helicobacter pylori triple therapies in patients with
non-ulcer dyspepsia. J Clin Microbiol 2001; 39:1319-22.
- Dette GA & Knothe H.
Kinetics of erythromycin uptake and release by human lymphocytes
and polymorphonuclear leucocytes. J Antimicrob Chemother 1986;
18:73- 82.
- Queiroz DMM, Dani R, Silva LD et
al. Factors associated with treatment failure of Helicobacter
pylori infection in a developing country. J Clin Gastroenterol
2002; 35:315- 20.
- Matsuoka M, Yoshida Y, Hayakawa
K et al. Simultaneous colonisation of Helicobacter pylori with
and without mutations in the 23Sr RNA gene in patients with no
history of clarithromycin exposure. Gut 1999; 45:503-507.
- Wang GE, Wilsoon TJM, Jiang Q,
Taylor DE. Spontaneous mutations that confer antibiotic
resistance in Helicobacter pylori. Antimicrob Agents Chemother
2001; 45:727- 33.
- Jaup BH, Brandberg A, Stenquist
B et al. Antibiotic resistance among strains of Helicobacter
pylori in Gothernburg. Bacteria resistant to metronidazole.
Lakartidnigen 1998; 95:279-81.
- Adamek RJ, Suerbaum S,
Pfaffenbach B et al. Primary and acquired Helicobacter pylori
resistance to clarithromycin, metronidazole and
amoxicillin-influence on treatment outcome. Am J Gastroenterol
1998; 93:386-9.
- Van Zwet AA,
Vandenbroucke-Grauls CM, Thijs JC et al. Stable Amoxicillin
resistance in Helicobacter pylori (letter). Lancet 1998;
352:1599.
- Megraud F, Lehn N, Lind T et al.
The MACH 2 Study. Helicobacter pylori resistance to
antimicrobial agents and its influence on clinical outcome.
Gastroenterology 1997, 112:A1622 (Abstract).
- Xia HK, Buckley M, Keane CT, O´Morain
CA. Clarithromycin resistance in Helicobacter pylori: prevalence
in untreated dyspeptic patients and stability in vitro. J
Antimicrob Chemother 1996; 37:473-81.
- Pilotto A, Leandro G, Franceschi
M et al. The effect of antibiotic resistance on the outcome of
three 1-week triple therapies against Helicobacter pylori.
Aliment Pharmacol Ther 1999; 13:667-76.
- Megraud F. Antibiotic resistance
in Helicobacter pylori infection. Br Med Bull 1998; 54:207-16.
- Bontems P, Devaster JM,
Corvaglia L et al. Twelve year observation of primary and
secondary antibiotic-resistant Helicobacter pylori strains in
children. Pediatr Inf Dis 2001; 20:1033-8.
- Kalach N, Bergeret M, Benhamou P
et al. High levels of resistance to metronidazole and
clarithromycin in Helicobacter pylori strains in children. J
Clin Microbiol 2001; 39:394-7.
- Megraud F. Rationale for the
choice of antibiotics for eradication of Helicobacter pylori.
Eur J Gastroenterol 1995; 7:49-54.
- Wolle K, Nilius M, Muller WA et
al. Prevalence of Helicobacter pylori resistance to several
antimicrobial agents in a region of Germany. Eur J Clin
Microbiol Infect Dis 1998, 17:519-21.
- Miyaji H, Azuma T, Ito S et al.
Susceptibility of Helicobacter pylori isolates to metronidazole,
clarithromycin and amoxycillin in vitro and in clinical
treatment in Japan. Aliment Pharmacol Ther 1997; 11:1131-6.
- Morton D, Ahmed R, Alley R et
al. Helicobacter pylori antimicrobial susceptibilities: A tale
of two cities. Gastroenterology 1998; 114:A954-5 (abstract).
- Lopez-Brea M, Domingo D, Sanchez
I et al. Evolution of resistance to metronidazole and
clarithromycin in Helicobacter pylori clinical isolates from
Spain. J Antimicrob Chemother 1997;40:279-81.
- Weissfeld AS, Simmons DE, Vance
PH et al. In vitro susceptibility of pre-treatment isolates of
Helicobacter pylori from two multicenter United States clinical
trials. Gastroenterology 1996; 110:A295(abstract).
- Van der Wouden EJ, Van Zwet AA,
Thijs JC et al. Rapid increase in the prevalence of
metronidazole-resistant Helicobacter pylori in the Netherlands.
Emerg Infect Dis 1997; 3:385-9.
- Banavala N, Davies GR, Abdi Y et
al. High prevalence of Helicobacter pylori metronidazole
resistance in migrants to east London: relation with previous
nitroimidazole exposure and gastroduodenal disease. Gut 1994;
35:1562-6.
- Reddy R, Osato M, Gutierrez O et
al. Metronidazole resistance is high in Korea and Colombia and
appears to be rapidly increasing in the US. Gastroenterology
1996, 110:A238(abstract).
- Wu H, Shi XD, Wang HY, Liu JX.
Resistance of Helicobacter pylori to metronidazole, tetracycline
and amoxycillin. J Antimicrob Chemother 2000; 46:121-3.
- Mendonça S, Ecclissato C,
Sartori MS et al. Prevalence of Helicobacter pylori resistance
to metronidazole, clarithromycin, amoxicillin, tetracycline, and
furazolidone in Brazil. Helicobacter 2000; 5:79-83.
- Queiroz DMM, Coimbra RS, Mendes
EN et al. Metronidazole resistant Helicobacter pylori in a
developing country. Am J Gastroenterol 1993; 88:322-3.
- Bocr WA. How to Achieve a near
100% cure rate for H. Pylori infection in Peptic Ulcer Patients.
J Clin Gastroenterol 1996; 22:313.
- Vyas SP, Sihorkar V. Exploring
novel vaccines against Helicobacter pylori: protective and
therapeutic immunization. J Clin Pharm Ther 1999;24:259-72.
- Rino R, Duccio B, Samuele P et
al. New strategies for the prevention and treatment of
Helicobacter pylori infection. Expert Opinion on Investigational
Drugs 2002; 11:1127- 38.
- Coelho LGV, Leon-Barua R,
Quigley EMM et al. Latin-American Consensus conference on
Helicobacter pylori infection. Am J Gastroenterol 2000;
95:2688-91.
|
|