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Autohemoterapia
Jorge Ricardo Silva
Fecha de publicación: 12 Feb 1999; Hora:
10:30:32
Recebi de um amigo um artigo publicado em março de 1940, na
Revista Brasil Cirúrgico, da lavra do doutor Jessé Teixeira, trabalho este inclusive
premiado pela Academia de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. No ensaio em questão o
citado médico relatava suas experiência baseadas no tratamento de 150 casos ocorridos no
Hospital de Pronto Socorro do Rio de Janeiro utilizando como técnica a autohemoterapia
que coniste na retirada de 20cc de sangue da prega do cotovelo que imediatamente são
injetados na nádega do próprio paciente.
O Dr. Jessé Teixeira explica no artigo que o sistema retículo endothelial de
ASCHOFF-LANDAU é poderosamente estimulado pela autohemoterapia, relatando a seguinte
experiência:
a) Um emplastro de cantarídas, colocado sobre a pele da coxa, determina a formação de
pequena vesícula. Aspirado o conteúdo da vesícula em um tubo em "U", depois
de seco e corado, a contagem do diferencial revela uma incidência de monócitos por volta
de 5%. Após a autohemoterapia, a cifra de monócitos, no conteúdo da vesícula, se eleva
em oito horas para 22% e, após 72 horas, ainda há 20%, caindo a curva gradualmente para
voltar ao normal após 07 dias. b) Pela prova Vermelho Congo se evidencia a capacidade de
armazenar corantes do S.R.E - essa capacidade acentua-se consideravelmente após a
injeção de sangue.
c) outro teste estimula a determinação do indice bactrericida dos humores, segundo o
método WRIGTH. Após a injeção na nádega de 20cc de sangue retirados do prega do
cotovelo, o índice mostra um acréscimo, que, dentro de oito horas, chega a um máximo de
15 a 20 valores normais. Assim, a elevação dos monócitos, a elevação do índice
bactericida dos humores, prova estimulação dos poderes defensivos do organismo, através
do S.R.E.
No mesmo artigo o Dr. Jessé Teixeira relata o emprego da autohemoterapia em 150 pacientes
que se submeteram a cirurgias diversas, afirmando que o índice de infecção pós
operatória foi zero. Diante do até aqui explicitado, pergunto: a autohemotransfusão ou
autohemoterapia merece atenção e estudo? As informações trazidas pelo Dr. Jessé
Teixeira são verdadeiras? Vale reproduzir a experiência com o emplastro de cantáridas?
A estimulação do SRE (sistema retículo-endotelial), constituído basicamente de céluas
macrofágicas dotadas de intensa capacidade de fagocitar, lisar e eliminar substância
estranhas, não interfere de forma contudente para a erradicação de processos mórbidos,
quer sejam eles de natureza virótica, bacteriana, neoplásica ou auto-imune? Caso a
técnica aqui citada tenha valor científico, diante de seu baixo custo, o que inpede sua
utilização em larga escala? Informo, ainda, que a autohemoterapia vem sendo empregada
nos últimos 20 anos pelo Dr LUIZ MOURA, um médico da cidade do Rio de Janeiro com larga
experiência clínica.
Caso o senhor se interesse pelo assunto poderei enviar pelo correio cópia integral do
artigo aqui mencionado. Escalreço, ainda, que enviei mensagem como esta a diversas
autoridades ligadas a hematologia, sendo que as que me responderam confundiram a
autohemoterapia (que, repito, consiste na retirada de 20cc de sangue da dobra do cotovelo
e imediata injeção em um dos músculos das nádegas ou braços), com a autotransfusão,
medida totalmente diversa.
Desde já grato.
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